Nova constituição do Chile prevê participação equitativa de gênero

A nova Constituição do Chile já está pronta e será encaminhada para aprovação popular. Se aprovada, a nova Constituição entrará em vigo imediatamente.

O aspecto mais interessante e que deveria servir de exemplo para todos os países é a participação equitativa de gênero.

Pelo novo texto, homens e mulheres terão participação de 50% em cada órgão público ou do governo. Seja ele político ou administrativo, como um mecanismo de garantia da igualdade de gênero.

A igualdade por quota garante a equidade nas decisões e políticas públicas e tem o potência de transformar o Chile no país mais equânime, mitigando ou compensando as diferenças de gênero.

O direito a interrupção voluntária da gravidez também foi incluído na Carta Magna, com a previsão de que seja regulamentado futuramente.

A nova Constituição descreve o Chile como um “estado social e democrático de direito” que deve fornecer bens e serviços para garantir os direitos do povo. Com o novo texto, passa a ser dever do Estado se preocupar com educação, moradia, saúde, previdência, trabalho. Reconhecendo a falência do neoliberalismo chileno.

A nova constituição proposta reúne tudo o que é combatido pelo atual Ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, que já citou as reformas feitas por Pinochet no Chile como exemplo a ser seguido.

Com a nova Constituição proposta, o Chile se aproxima mais com o modelo de bem estar social adotado na Constituição Brasileira, eliminando de vez a falsa imagem de sucesso do modelo usado como exemplo por Paulo Guedes.

Internet reage ao preço dos combustíveis

Os brasileiros ainda não perceberam porque a Petrobrás foi criada como uma empresa estatal e porque, na sua criação, foi considerada um ativo de segurança nacional.

Sem participação estatal na extração e no refino do petróleo, o país estaria nas mãos do oligopólio internacional. Exatamente como está hoje, com o governo renunciando ao controle do preço dos combustíveis através de sua maior estatal.

É o chamado preço de paridade internacional, no qual a Petrobrás deixa de ser um ativo de intervenção no preço dos combustíveis e se torna uma empresa participante na exploração dos cidadãos. Resultado da política liberal do governo Bolsonaro sob o comando do ministro da economia dono de uma empresa offshore.

Quanto mais alto for o dólar, mais rico fica Paulo Guedes, as custas da perda do seu poder de compra no mercado interno e na competição por insumos no mercado internacional.

Gasto com servidores ativos no Brasil é menor do que com juros da dívida pública

O suposto alto gasto com o funcionalismo público entrou na mira do Ministro da Economia, Paulo Guedes, como a origem do fracasso do governo na sua política de não geração de emprego e não atração de investimentos para o país.

Segundo um estudo do Instituto neoliberal Milenium, do qual Paulo Guedes foi um dos fundadores, o gasto total com funcionalismo no Brasil chega a “graves” 13,7% do PIB. (frente a 8,7% do PIB gastos com juros da dívida nacional).

O estudo é uma salada de imprecisão e derrapadas estatísticas. Confunde folha de pagamento com aposentadorias. Compara aumento de despesas ao longo de mais de dez anos sem correção pela infração.

Se divulgado corretamente, o resultado mostra exatamente o oposto: paga-se mal ao trabalhador na iniciativa privada e gasta-se pouco com serviços públicos no Brasil.

Com 44% dos gastos destinados ao pagamento de inativos, gasta-se menos com servidores ativos do que com juros da dívida pública.

É fácil entender a partir desse estudo porque a economia vai de mal no Brasil.

Jair Bolsonaro procurou um economista para o Ministério da Economia, mas encontrou um charlatão.

Em vez de procurar saídas para a derrocada econômica do país, Paulo Guedes ataca servidores para garantir a renda crescente dos bancos.

Originally published at https://marcelkroetz.com.br on August 11, 2020.