O fim da escrita

Quando ferramentas como o ChatGPT se tornarem comuns, será o fim da escrita como conhecemos hoje. Será como a diferença entre escrever com uma caneta ou digitando em um teclado.

A escrita será como um constante diálogo entre quem escreve e a inteligência artificial que ficará entre a tela e o teclado.

ChatGPT

Para quem já vi do quê a inteligência artificial chamada ChatGPT é capaz, já percebeu que empregos serão perdidos para a automação. Não de forma direta, na minha opinião, mas através do aumento da produtividade nas atividades nas quais for viável a sua aplicação.

O modelo linguístico, como é chamado, foi treinado para ser genérico. Mas quando for treinado para áreas específicas teremos a noção realista de quantos empregos a tecnologia deixará pra trás.

A criatividade, tida como a última fronteira da automação, já está na mira da inteligência artificial.

Fim da transposição?

O Supremo Tribunal Federal julgará entre os dias 10 e 17 desse mês a Ação Direta de Inconstitucionalidade que questiona a ascensão funcional dos Agentes Fiscais de nível médio para o cargo de Auditor Fiscal no Paraná.

A mesma inconstitucionalidade é objeto de um terceiro Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade que tramita no Tribunal de Justiça Estadual. Nos dois incidentes anteriores, foi julgada inconstitucional a mesma ascensão funcional.

Minha opinião é de que foi mesmo inconstitucional a ascensão, visto que na lei antiga existiam cargos com requisitos de ingresso distintos, um de nível de escolaridade médio e dois de nível de escolaridade superior.

Ao unificar o requisito de ingresso como apenas de nível superior, a nova lei promoveu a ascensão funcional daqueles que ingressaram por meio de concurso que exigiu o nível médio. O que fere o princípio da ampla concorrência pelo cargo público e, por isso, é inconstitucional.

Não Podemos

Não ouvi nem li nenhuma palavra do partido Podemos, ao qual sou filiado, até agora sobre a tentativa de golpe da qual, em tese, participou o Senador Marcos Do Val (Podemos/ES).

Nem um nota de repúdio, nem uma nota de esclarecimento. Nada. Parece que nada aconteceu.

O fato é que tem muita coisa que ainda precisa ser esclarecida nessa história e até onde consta, o Senador Do Val não participou da tentativa. Ao contrário, a denunciou ao Ministro Alexandre de Moraes.

Do Val afirma que seu telefone celular “foi entregue à Polícia Federal e retido por ordem no Ministro Alexandre de Moraes”. Bem diferente do que ter dito que seu telefone foi apreendido por ordem do Ministro Alexandre de Moraes.

O que me chama a atenção, no entanto, é que todas as audiências e entrevistas aconteceram por iniciativa do Senador Marcos Do Val. É como se o investigado quisesse conduzir as investigações.

O comum, na minha opinião, é o investigador solicitar o depoimento, ou intimar o acusado ou testemunha, conforme a situação.

Que valor tem para uma investigação um celular entregue por iniciativa do próprio investigado sem nenhuma solicitação? Nenhuma. Não é assim que se conduz uma investigação.

Essa história ainda vai longe. Justamente por isso, a Globo não demorou em entregar tudo o que foi pedido pelo Ministro Alexandre de Moraes.