Começa um novo ano com novas polêmicas, novos problemas e novas barbáries. O assunto da vez é o vandalismo dos prédios públicos dos três poderem em Brasília.
Vandalismo é como eu denomino. Não vejo esse tal ato terrorista que a mídia prega. Os prédios estavam vazios, não houve ameaça a pessoas, não houve ameaça de bomba. Houve, sim, depedração e roubo de patrimônio público.
Também não vejo a tal abolição violenta do estado democrático de direito, porque, embora tenha sim havido a violência, não houve declaração de golpe, tomada de poder ou impedimento efetivo dos trabalhos de algum dos poderes. Que estavam todos em recesso.
O que vejo foi uma baderna anunciada, tolerada pelas forças de segurança, que contou com uma extensa lista de conivências.
Não sou a favor do quebra-quebra em Brasília, mas acho um exagero chamar os baderneiros de terroristas. Vândalos acho que é como devem ser chamados. Terrorista é um termo muito “chique”. Estão elitizando a baderna.
Passado o chilique vandalístico dos derrotados, no entanto, é a vida que segue. Segue com a responsabilização dos financiadores e a cobrança dos prejuízos. Não adianta prender os exaltados porque não é esse o verdadeiro problema. Quem financiou o quebra-quebra é que deve arcar com os prejuízos.
No final das contas, resta a dúvida de qual teria sido o melhor desfecho. Eu pessoalmente entendo que a segurança das pessoas e a integridade física dos envolvidos, inclusive a dos revoltosos, sim, vale mais do que o que foi quebrado em Brasília. A baderna e o vandalismo ocorreu sem nenhum morto e sem nenhum vândalo, policial ou servidor ferido.
É, em última instancia, um desfecho a ser analisado. Uma resolução até um tanto exitosa para a sublimação da tensão que havia se formado. Exitosa no sentido da ausência de conflito.
Em nada a situação teria sido melhor resolvida se em vez do patrimônio destruídos houvessem vândalos mortos e policiais feridos. A distensão do conflito seria muito maior do que o patrimônio perdido.
Que 2023 seja um ano de reformas em Brasília. Começando pelo que foi destruído.
Um feliz 2023 para nós, os outros, que apenas assistimos a tudo isso.