Nunca gostei do MBL. A falta de seriedade do grupo que se formou e ganhou fama assediando parlamentares com uma celular na mão sempre me manteve distante da agremiação. Mas o motivo só se tornou mais claro com as manifestações do Arthur Do Val.
MBL é um movimento de extrema-direita que cresceu na onda lavajatista e reuniu o verdadeiro lixo político do Brasil. Só persistiu devido a tolerância do MP ao não investigar outra denuncia que teria posto fim aos abusos cometidos pelos seus membros, como foi a arrecadação de dinheiro para financiar turismo sexual.
Casos como o do MBL e o de Arthur Do Val só são levados a sério quando não há mais como evitar. Quando a asquerosidade de suas formas de agir são esfregadas na cara de todo e ninguém mais consegue fingir não ver.
Enquanto a mídia e a sociedade se voltam para a repercussão negativa do que foi dito, se esquecem do quão vulnerável ficam as mulheres em meio a uma guerra e o risco concreto do tráfico humano, que sustenta um perverso tipo de exploração sexual.
A frase “são fáceis porque são pobres” pode esconder outro objetivo: pode ser a senha para uma condição favorável percebida por quem foi com a missão de recrutar jovens para a exploração sexual.
Arthur do Val precisa ser investigado, mas não pela repugnância de sua frase. Precisa ser investigado pela possibilidade de seu envolvimento com o tráfico de pessoas e que sua ida para a Ucrânia possa ter tido o real objetivo de aliciar mulheres para serem exploradas no Brasil.
Por trás do um áudio aparentemente inconsequente de Arthur, está a constatação de um predador sexual. A conclusão de alguém que tem plena consciência de star diante de mulheres em extrema vulnerabilidade social.