A precarização das relações de trabalho se concretizou em 2021 com os novos motoristas de Uber dirigindo carros alugado da Kovi no trânsito de São Paulo.
Sem emprego, sem patrimônio e sem garantias, mas suportando todo o risco operacional e a inconstância de rendimentos ocasionada pelo novo tipo de exploração da mão de obra do trabalhador.
Com a possibilidade de alugar um carro por quilometro rodado, o motorista paga pelo veículo na mesma proporção que recebe da Uber pelas corridas que realizou. Mas precisa garantir um valor mínimo de quilómetros. Mesma garantia que o motorista não recebe da Uber, por não existir uma relação de emprego ou um contrato de prestação de serviços tradicional.
Se o “mercado” de corridas estiver bom, o motorista recebe o suficiente para manter a posse do veiculo. Mas se o “mercado” estiver ruim, o motorista não consegue arcar com o valor mínimo do aluguel.
O arranjo cria o sistema perfeito para aqueles que detêm o veículo e o aplicativo, as custas do motorista trabalhador.
Se o “mercado” de corridas estiver ruim em uma região, o motorista acaba forçado a encerrar sua atividade e devolver o veículo alugado, que pode assim ser redistribuído para outro motorista em outra região.