O declínio das redes sociais

A compra do Twitter pelo empresário Elon Musk e a recente demissão de ais de 10 mil funcionários da Meta, dona do Facebook, demonstram o fim da era de expansão das redes sociais.

Problemas em todo o mundo relacionados à liberdade de expressão e a manifestações políticas, principalmente ligadas a contas falsas e automações utilizando robôs, põem em xeque o modelo de negócios adotados pelas grandes plataformas. Que dependem do chamado “user generated content” (conteúdo produzidos pelos usuários) para faturar com anúncios em seus apps.

Sem darem conta da crescente necessidade de moderação e sem conseguirem resolver por completo o problema do uso de contas falsas e robôs, redes sociais pouco a pouco vem se transformando em um ambiente tóxico que afasta usuários reais.

Com a menor utilização por usuários de verdade, cai consideravelmente o valor de se anunciar nessas plataformas, já que muito do orçamento gasto será gasto com visualizações falsas. “Visualizações” realizadas por contas falsas e robôs, sem nenhum retorno comercial.

Sem a receita proveniente dos anúncios, se torna insustentável o modelo de financiamento adotado por gigantes como o Twitter e o Facebook. Tornando cada vez menos apelativas tanto para o anunciante quanto para o usuário sua permanência nessas redes sociais.

22% vai-com-as-outras. 78% robôs.

Se há um efeito importante ocasionado pela CPI da Covid é a conscientização do parlamento de que a suposta “pressão das redes” nada mais é do que um exército de perfis falsos manipulados por criminosos digitais nas redes sociais.

Um exercito e tanto. Uma maioria esmagadora. Mas completamente virtual.

Nada menos do que 4 em cada 5 perfis envolvidos em ataques de ódio contra deputados e senadores são, na verdade, contas falsas operadas por quadrilhas virtual.

O outro que sobra, faz parte do exercito de desavisados, desvairados, lunáticos, tarraplanistas e antivacinas que encontra um meio em que se sente encorajado a expressar sua ignorância no qual conta supostamente com o apoio alheio, sem saber que esse apoio é na verdade uma complexa rede de incitação de ódio, desinformação e fake-news.

Também chamado comportamento inautêntico coordenado, a extensa redes de robôs de ódio manipulada nas redes sociais consiste no uso de contas falsas e duplicadas para aumentar a audiência e enganar o público. Divulgar ideias falsas e fraudar a opinião pública. Consistindo no maior desafio à democracia já imposto pelas mídias sociais.